“Meu namorado sumiu no mundo e meu pai ficou sem falar comigo. Amamento meu filho no intervalo do colégio”.
A Marcela*, de 16 anos, estava namorando há dois meses quando resolveu transar. Na hora, acabou ficando com vergonha de pedir para o garoto usar camisinha e simplesmente deixou acontecer. Tudo o que ela não esperava era que, por conta desse único descuido, toda a sua vida fosse mudar tanto e tão de repente. “Minha menstruação atrasou pela primeira vez e fiquei apavorada. Tentei esconder, mas minha mãe percebeu e, desconfiada, me levou para fazer alguns testes. Logo a gravidez foi confirmada”, conta.
O primeiro baque veio quando ela deu a notícia ao namorado. Ele queria que ela abortasse, disse que não ia assumir a criança e desapareceu. Nem parecia o mesmo menino romântico por quem ela tinha se apaixonado! Assim, a Má se viu sozinha para enfrentar o mundo. “Meu pai ficou sem falar comigo e, em casa, só uma irmã e a minha mãe me ajudaram no começo. Na rua, muita gente me olhava torto, porque me achavam muito nova para ser mãe e até para transar”, conta. Com o tempo, e a barriga crescendo, o coração dos parentes amoleceu e ela se sentiu mais acolhida. O que não significa que as coisas ficaram mais fáceis. Com a evolução da gravidez, ela já não conseguia ir às aulas, fazer todos os trabalhos e acabou perdendo o ano.
A chegada do bebê também fez com que ela abrisse mão das coisas boas da vida de adolescente, como as baladas com a turma, os passeios, a diversão. Agora ela dedica 100% do seu tempo livre ao baby: troca fralda, dá papinha, acorda de noite pra amamentar. E insistiu nos estudos. “Estou estudando no período da manhã e todos os dias, na hora do intervalo, minha mãe leva o meu filho ao colégio para eu amamentar”, conta Marcela, que hoje luta para recuperar o tempo perdido. “Quero terminar meus estudos e começar a trabalhar. É claro que eu amo meu filho, mas, se pudesse voltar no tempo, teria o bebê só depois de estudar, trabalhar e casar”, conta.
Bianca Santana
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